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sábado, 21 de novembro de 2009

Lealdade e fidelidade são a mesma coisa?



Não basta ensinar ao homem uma especialidade, porque se tornará assim uma máquina utilizável e não uma personalidade. É necessário que adquira um sentimento, um senso prático daquilo que vale a pena ser empreendido, daquilo que é belo, do que é moralmente correto" (Albert Einstein)


" Fidelidade ou lealdade?
(por Daniela Pessoa  11/02/2008 )

O peso de cada um no seu relacionamento.


Infidelidade, deslealdade. Duas palavras capazes de arrepiar até as mulheres mais duronas, seguras de si, e os homens mais vaidosos. Não à toa! Quando a gente fala em casamento, impossível não pensar em casal, em dois. Vida a dois, planos a dois, preocupações a dois e ponto final. Terceiros não são bem-vindos, assim como mentiras e omissões. É aí que as coisas começam a se complicar, porque, se considerarmos que lealdade e fidelidade não têm o mesmo significado na relação amorosa, existe, de fato, uma linha muito tênue entre um e outro. Mas há quem diga que são exatamente a mesma coisa. O debate está aberto! De que lado você está?

Tente se autoavaliar e saber o grau do seu ciúmes, conhecer permite lidar melhor com qualquer limitação ;

Fidelidade é cultura

É certo que fidelidade tem muito mais apelo na nossa cultura, inclusive pela conotação sexual da expressão. "Se buscarmos lá atrás, em tempos mais remotos, vemos que fidelidade tem a ver com a virgindade das mulheres. Era a garantia que o homem tinha de que os filhos seriam realmente seus legítimos herdeiros", conta o psicólogo e professor da PUC-SP Antonio Carlos Amador, autor do livro Ou eu, ou ela (Editora Harbra).

“Acho que existem dois tipos de traição, a sexual e a moral. Nem sempre quem é infiel é desleal. Eu, por exemplo, perdoaria uma traição sexual, mas nunca uma deslealdade, que é quando você confia em alguém e este alguém lhe apunhala pelas costas”
Mas antigamente, pasmem, ser fiel não era, digamos, de praxe em algumas sociedades. Os casais de Esparta, na Grécia, não davam a mínima para o adultério. Pelo contrário: ele era praticado sem pudores para combater o ciúme excessivo. E nem a Igreja Católica segurou as francesas de Savóia! Uma vez por ano, elas se reuniam para visitarem tabernas e se encontrarem com outros homens. Todas, atenção, com o consentimento dos respectivos maridos.
Mas os tempos mudaram. Falar, hoje, em traição, seja como contrário de fidelidade ou de lealdade, é quase como provocar uma centelha num terreno altamente inflamável e explosivo. Por outro lado, a psicóloga Maria Alves Bruns (www.sexualidadevida.com.br) explica que fidelidade e lealdade têm muito mais a ver com o pacto que o casal estabeleceu para si do que com qualquer outra coisa. "Ser fiel e ser leal são dois atributos complementares que andam sempre de mãos dadas. No meu entendimento, para ser leal é preciso ser fiel e vice-versa", diz a psicóloga. Mas ela admite que nada no mundo dos relacionamentos amorosos é tão simples assim e que tudo depende do modo como o casal acerta certas regras da relação.

O que eles e elas pensam


Para Elaine Cristina Pires, advogada, há toda a diferença do mundo entre uma coisa e outra. "A fidelidade diz respeito ao relacionamento, enquanto a lealdade é um sentimento maior e mais individual", explica. Ela acredita que, para uma pessoa ser leal à outra, é preciso, em primeiro lugar, ser leal a si mesma. "Acho que a lealdade vem antes de tudo, porque alguém pode ser infiel, mas leal, como também pode ser completamente desleal, sem nunca ter sido infiel", opina Elaine Cristina.

"Leal a si mesma e infiel ao outro? Então é possível trair, mas continuar sendo leal ao casamento?", indaga Kátia Santana, administradora de empresas. "Isso, a meu ver, não existe. Quando a pessoa é infiel, de tabela acaba sendo desleal. Quando se trai um amigo ou um amor, você está sendo infiel e desleal: infiel com o amigo ou parceiro, e desleal consigo mesma", defende.

Fred Peixe, autônomo, discorda. Na opinião dele, fidelidade tem mais a ver com interesses sexuais e lealdade está relacionada a valores, personalidade, caráter. E confessa: "Sou casado há 25 anos, louco
apaixonado pela minha esposa, entretanto acho que ela não tem mais atração sexual por mim. Sou um homem saudável, preciso e tenho vontade de ter uma vida sexual ativa, então às vezes fico com outras mulheres, mas nada sério - e nem quero! Vou terminar meus dias com a minha esposa". "Acho que não sou infiel, sou?", completa.


Situação parecida mexe com a vida do empresário Marcos Lopes*, um homem casado, sim, mas só até pisar em seu escritório. Lá, Marcos não se intimida: assiste a filmes pornôs e solta todas as suas feras em cima de quem ele está interessado. Para ele, rapidinhas no escritório não são traição e só seriam se ele levasse as mulheres para o motel. Segundo Marcos, que apesar de se considerar leal ao casamento enfrenta dilemas de consciência, a carne é fraca.

De acordo com o psicólogo Antonio Carlos Amador, isso reflete bem a nossa sociedade. Entre lealdade e fidelidade, ele conta que as mulheres em geral ficam com a lealdade, porque aprenderam, por um processo cultural, a relevar a traição carnal do marido. "Não viu o que a mulher do Renan Calheiros disse por esses dias? ‘Não sei como ele foi cair nessa', mas perdoou. A culpa sempre recai na amante e não no marido", diz o psicólogo. De acordo com ele, o problema é quando o homem dá afeto à outra. "Para a maioria delas, aí sim é deslealdade", diz Antonio Carlos. Já o homem tende a se preocupar mais com a fidelidade sexual. "É inconcebível que a mulher tenha prazer com outro", afirma Antonio Carlos.

Mas Fred Peixe, por exemplo, diz que nunca perdoaria sua mulher se ela colocasse nele um par de chifres. "Acho que existem dois tipos de traição, a sexual e a moral. Nem sempre quem é infiel é desleal. Eu, por exemplo, perdoaria uma traição sexual, mas nunca uma deslealdade, que é quando você confia em alguém e este alguém lhe apunhala pelas costas", afirma. De acordo com ele, ser fiel sexualmente mas tentar sabotar o parceiro de alguma outra forma é o que há de pior numa relação.

Pois é, ao que parece, é possível ser fiel e leal, infiel e leal, fiel e desleal e infiel e desleal. Confuso, não? O tema é mesmo complexo, mas acontece que para descomplicá-lo é simples: basta conversar.

Acordos, regras e compromissos

"Todos os relacionamentos existem com base em pactos de confiança", ressalta a psicóloga Maria Bruns. Segundo ela, o casal deve estabelecer quais são as regras do jogo. "Isso porque, afinal, o que é infidelidade ou deslealdade? Trocar olhares, paquerar platonicamente, marcar um encontro, trocar beijos?", pergunta. E elucida: "Depende do casal e do compromisso que cada um tem com o parceiro".

Selados os acordos entre o casal, qualquer ruptura pode ser considerada uma infidelidade. "O infiel é aquele que não cumpre o que foi combinado", explica Antonio Carlos Amador. "E quem é desleal mente, é desonesto, não é sincero, o que configura a traição", completa. Maria Bruns confirma: "Traição é aquilo que você faz sem o outro saber, às escondidas, quebrando o compromisso de lealdade".

Para muitas pessoas, a lealdade é importante porque ela tem a ver com amizade e cumplicidade. "Se o relacionamento sobrevive ao tempo, se o sexo deixa de existir ou não existe com tanta freqüência, outros sentimentos, como amizade e lealdade, acabam por manter unido o casal que se ama", acredita a advogada Elaine Cristina.


Portanto, se o casal decide estabelecer novos pactos, como o de relacionamento aberto, se permitindo escapadinhas extraconjugais, então estão sendo leais e fiéis ao que combinaram. Às vezes lealdade é, também, ver que a relação não está mais dando certo e partir para outra, sem correr o risco de trair ou de machucar alguém, de repente você mesma.


Fidelidade, lealdade... A lição que fica dessa história toda é que o importante é, acima de tudo, verdade e respeito.


Acho que não. Penso que lealdade é um sentimento maior, individual, independente do outro. Um sentimento meu, pra mim, por mim. Fidelidade é coisa externa, de mim para o outro. Alguém pode ser infiel, mas leal, assim como também pode ser completamente desleal, sem nunca ter sido infiel.


Qualquer relacionamento, seja amoroso ou de amizade, existe com base em pactos de confiança. Romper esse pacto, inevitalmente resulta em traição. Uma pessoa comprometida com outra, quando se envolve com uma terceira, por exemplo, está sendo infiel. Comete uma traição sexual,


mas não necessariamente é desleal, já que tem a possibilidade de colocar as cartas na mesa e levar adiante o relacionamento, dependendo do acordo que se obtenha entre ambos. Pode, inclusive, nem tomar atitude alguma, mas continuará sendo leal se houver respeito, se as bases do relacionamento são mantidas dentro do compromisso assumido.




Por outro lado, um parceiro que jamais se envolveu com uma terceira pessoa, mas mente sobre diversas coisas e esconde outras tantas (tipo conta bancária, por exemplo), é desleal e comete uma traição moral. Essa sim é triste e muitas vezes imperdoável, na minha opinião. Porque entre pessoas que se querem bem, sejam parceiros amorosos ou amigos simplesmente, é fundamental haver companheirismo e honestidade.


Um bom exemplo da diferença que há entre lealdade e fidelidade se encontra na lenda celta "Tristão e Isolda", onde o amor de um rapaz por uma moça supera o sentimento de gratidão e devoção de ambos para com o pai adotivo dele que é esposo dela.


Fidelidade, lealdade... O importante, acima de tudo, é que prevaleçam sempre a verdade e o respeito.


Nunca parei para pensar na diferença. Menos ainda se ela existia. Acho que sempre pensei serem sinônimos mas tenho agora uma outra visão.


Lealdade está ligada a caráter e fidelidade a comportamento embora a lealdade seja consequência da fidelidade aos princípios, conceitos e crenças.

Mas tenho certeza de que aquele que é notadamente leal, é fiel e inspira credibilidade e isto é o melhor que se pode dizer de alguém.

Lealdade é coisa séria.



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