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terça-feira, 16 de novembro de 2010

O medo da entrega

MEDO
O MEDO É ALGO VIVENTE; é um espírito. O apóstolo Paulo declarou: "Porque Deus não nos deu o espírito de temor." II Timóteo 1:7.



Muito do que chamamos e consideramos medo não é medo, mas simplesmente a preocupação com os problemas desta vida. O medo, porém, não é causado pelas circunstâncias. É uma entidade que vem de um outro mundo e que planeja a nossa destruição.


O medo é uma coisa irrazoável. É possível provar aos medrosos que o que eles temem não pode acontecer, mas responderão: "Eu sei, mas ainda, assim, tenho medo."


O medo é uma coisa inexplicável. Há pessoas que, por causa do medo, não podem ser deixadas sozinhas. Não é possível convencê-las pela lógica de que estão protegidas e seguras. Os medrosos não são influenciados pelos fatos nem pela lógica. Não podem acreditar nos fatos, mas continuam a ser dominados por uma obsessão do mal. Não há ajuda que este mundo possa oferecer para mudar essa situação.


O medo é um parasita que rouba a vitalidade da vida normal. Não é meramente uma fraqueza humana: é uma influência real e poderosa.


O medo é um elemento destruidor. Ele ataca a personalidade inteira: corpo, alma e espírito. O medo é uma parte da conspiração do diabo para "roubar, matar e destruir." João 10:10.


O medo abre a porta para a entrada de um poder maligno. Ele deforma a mente, rouba o gozo do espírito e destroi o corpo físico. O medo vem do inferno e é uma das armas mais eficientes do diabo.
Sendo um elemento maligno, o medo resiste a todo o tratamento da ciência médica. Não há droga ou terapêutica conhecida pelos homens que possa desarraigar do medroso esse poder demoníaco. Nem a psicologia, nem a psiquiatria, nem a psicanálise têm valor para libertar o medroso. Há somente uma solução e ela não está nas mãos dos homens.
Durante catorze anos tenho orado por pessoas medrosas. Quanto mais estudava a natureza dessa aflição, mais me convencia de que esse mal que tanto importuna a humanidade é um ataque do diabo e não simplesmente a pressão exercida pelos problemas da vida.


Desde que passei a compreender esse fato, ou seja, que essa aflição tem sua origem no "espírito de temor", comecei a usar a autoridade do Nome de Jesus para expulsar a influência maligna do medo. Descobri que em lugar de uma palavra de conforto ou conselho, a pessoa nessas condições precisa de libertação; precisa de uma palavra de autoridade pronunciada pelo poder do Espírito Santo.
Deus não abandonou as vítimas do medo. Há uma solução: o poder libertador de Jesus Cristo. "As coisas que são impossíveis aos homens são possíveis a Deus." Lucas 18:27
Todo ser humano nasce com um medo básico: o medo da extinção, o medo da morte. Porém, cada um desenvolve a partir desse medo básico, outros temores. Há dois temores específicos, que se entrelaçam um no outro: o medo de entregar-se ao amor e o medo de conhecer-se.


Desde Platão, há uma crença: a crença da divisão. Na sociedade grega, acreditava-se que havia existido um ser sobre-humano, um super-homem que tentara desbancar os deuses. Esse ser, era hermafrodita, pois possuía ambos os sexos. Castigado pelos deuses, esse ser foi partido em dois, homem e mulher, e desde então tem vagado pelo mundo buscando novamente ser um único corpo, uma única alma.

Assim, homens e mulheres, ao longo dos tempos, acreditaram na famosa história de encontrar sua “cara metade”, como se a falta que sentissem fosse a falta do amor de um companheiro. Encontrar esse ser que nos completa, tornou-se através da arte romântica e depois nos dias atuais, quase uma obsessão.

Porém, há quem tema esse encontro, pois o amor costuma nos revelar para nós mesmos. Eis aí, o medo que assola nossos dias: o medo da entrega. Entregar-se ao outro não significa necessariamente ter sexo com uma outra pessoa. Significa confiar segredos que não confiaríamos aos nossos amigos, significa dizermos o que pensamos e sentimos sem medo de sermos abandonados ou rejeitados, significa partilhar partes de nós mesmos que não partilharíamos com mais ninguém.
É, isso sim, ter intimidade suficiente para sermos nós mesmos, em nossa pura verdade, sem nenhuma máscara. Mas isso assusta. Porque ter intimidade com outro ser implica conhecermos muito bem a nós mesmos. E conhecer-se é um processo lento, doloroso e que demanda muita coragem. Para conhecer-se a fundo, é necessário descobrir-se falho, cheio de imperfeições e limitações, humano.
É preciso que amemos nosso lado sombrio e perverso. Que aceitemos possuir sentimentos como desconfiança, aversão, ciúme, inveja, raiva. E, tendo aceitação por essa nossa parte negra, nos aceitemos por inteiro, nos amemos em toda a nossa imperfeição. E esse é um processo muito difícil, porque no mais das vezes apresentamos aos outros e a nós mesmos, apenas os aspectos bons, dignos de serem elogiados, de nossa personalidade.
Isso porque vivemos num mundo de imagens idealizadas. Você já viu uma super modelo ter defeitos? Você já viu o ator de cinema chorar porque perdeu a mãe? O cantor de rock cheirar uma carreira de cocaína na frente da TV? O banqueiro ser preso por pedofilia? Não, você nunca viu essas imagens, porque a indústria do entretenimento e a sociedade de massas te apresentam a modelo, a atriz, o cantor e o banqueiro felizes, ricos, bonitos, perfeitos, em suma. Só você sofre, só você tem defeitos e chora por se sentir sozinho neste mundo.

Aceitar que vivemos numa sociedade que fabrica ilusões, porém, aumenta-nos o peso de termos de ser perfeitos o tempo todo. E então, face á nossa humanidade, podemos perdoar-nos por nossas fraquezas e falhas, e perdoando-nos, aceitarmo-nos tal como somos. Aceitando-nos podemos nos amar e amando-nos podemos amar a outra pessoa também. Assim, o medo do amor é na verdade o medo de si mesmo.
Portanto, amando a si mesmo podemos abrir nossos corações para que outra pessoa chegue. Uma pessoa que tem individualidade e personalidade próprias, mas que pode partilhar experiências de vida conosco, que pode partilhar visões de mundo conosco, que pode partilhar momentos de felicidade e tristeza conosco. E assim, ensinar-nos que o amor é um sentimento mais profundo.

Que o amor não se dá apenas na superfície, que para ele se realizar é necessário amarmos o todo de nós mesmos e do outro. E o TODO implica o lado bom e o lado ruim. Implica as fraquezas e as qualidades, os defeitos e a capacidade de doar-se. Implica que aceitemos a nós mesmos e ao outro por INTEIRO. Só desta maneira podemos visualizar o que há de divino em nós e no outro e assim, chegar á síntese tão sonhada pelos gregos.

E descobriremos ao final que não nos faltava nada, que estávamos preenchidos o tempo inteiro, bastava que buscássemos a nós mesmos! Bastava que nos conhecêssemos! E amássemos a nós mesmos integralmente! Alguém disse, não lembro quem, um verso assim: conhece-te a ti mesmo e conhecerás os mundos e os Deuses. Junto a este verso um outro, vindo do Mestre Jesus: ama ao próximo como a ti mesmo. Eis aí, todos os segredos revelados. Eis aí a solução de nossos medos mais profundos.



Lívia Petry

Não se pode amar sem se entregar...ter medo é normal.. todos nós temos... mas a diferença está em como lidamos com o nosso medo...


lembrei-me de uma frase da poesia "Quase de Osvaldo Monte Negro" que diz: "Embora quem quase esteja morto já viveu, quem quase vive já morreu" isso nos remete a questão da entrega... percebi que algumas meninas fazem questão de serem "Ativonas" acho que esse é o principal indício do medo... para ser passiva você tem que se entregar a outra pessoa, deixá-la saciar-se no seu corpo e confiar nela o bastante para relachar e sentir prazer...dar prazer é mais fácil do que sentir prazer... levei muito tempo para conseguir sentir prazer...é difícil se entregar... dá medo depender de alguém para ser feliz...quem "quase foi feliz" não foi Feliz... o medo nos deixa á margem da felicidade... nos coloca com o pé atraz e o freio de mão puchado nos impede de viver, amar, sentir o prazer de viver intensamente... o amanhã trará tristezas e desilusões, com medo ou sem medo isso vai acontecer ou não, o futuro também trará coisas maravilhosas para a nossa vida se nos abrirmos para ele... deixemos para chorar... quando as lágrimas forem solicitadas... deixemos para nos arrepender de fazer as coisas e não de não termos feito...

Vejo no seu olhar que estás muito perto de ser feliz... mas falta algo... acho que falta você entregue...


"Seja quente ou seja fria... não seja morna...
Uma mulher que descobriu agora que viver não é apenas respirar.. mas é sentir tudo que se pode sentir entre a dor e o prazer...
De certo modo continuo a acreditar no par ideal, no prazer permanente, na paixão perpétua, embora tenha a consciência de que na realidade estou só. Procuro, exijo, e depois acabo por me resignar, porque não encontro a pessoa certa, a tão ambicionada alma gémea. Olho-me e vejo-me com o passar dos anos cada vez mais estranha, tão dependente, tão suspensa e por conseguinte cada vez mais exigente.


Acho que a identidade é uma coisa que inventamos e que nos faz sofrer, porque obriga-nos a agir de acordo com ela. Gosto de pensar que posso ser sempre diferente. Entusiasma-me esta ideia! Gosto de abrir o espaço para o novo! Não há nada mais agradável e mais saudável que um encontro autêntico, sem mascaras, sem enganos, sem expectativas. Às vezes ponho-me a pensar nisto!

Continuo sem me saber definir. Creio que preciso de me descobrir, saber como eu realmente sou, e aquilo que quero, para depois poder chegar a ti. Talvez seja por isso que continuo sem conseguir passar-te a minha mensagem.

O risco de vir a sofrer tem um preço elevado, por isso é que me dá tanto medo me entregar a ti, me fundir em ti. E faço-o apenas parcialmente, numa tentativa de me proteger contra a repulsão e contra o abandono.

È duro desejar alguém e essa pessoa não estar presente. Pensar nisso faz-me sentir tanto medo. O medo da entrega! Acho que preciso de perder este medo. Sei que é um caminho longo e difícil, mas em ultima analise é o caminho que eu necessito para poder voltar a sentir-me viva.

Eu não tenho respostas mas estou cheia de perguntas: Mas porque será que tenho tanto medo? Porque é que a entrega me assusta tanto? Como será que irei reagir quando perder este medo? Será que amo a confusão e crio a distância? Será que me confundo? Ou confundo quem de mim se aproxima?

Quando desejamos alguém e essa pessoa está ali do nosso lado, é maravilhoso. Mas quando isso não acontece a dor é mais insuportável do que qualquer outro sofrimento. Por isso refreio tanto a tentação de ser espontânea e procuro uma vida mais segura encerrada na minha velha personalidade quentinha e estruturada, o que mais tarde ou mais cedo acaba por se tornar aborrecido angustiante e monótono.

O medo da entrega está sempre a rondar-me. Tenho o medo do sofrimento, medo da destabilização, da desilusão, medo de perder a minha independência, a minha alegria, e de tudo aquilo que eu até agora fui ganhando. Enfim!... Talvez seja essa a questão… Talvez seja isso que me assusta tanto…

"O primeiro sintoma de que estamos matando nossos sonhos é a falta de tempo. As pessoas mais ocupadas têm tempo para tudo. As que nada fazem estão sempre cansadas."

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