Ouvi inúmeras histórias de pessoas com vida sexual rica e instigante durante o namoro e que, depois do casamento, depararam com relações pobres e tediosas. Pesquisas recentes indicam que a maior parte dos casais tem, quando muito, uma relação sexual por semana. O dado é espantoso, especialmente para quem ainda está namorando. Não parece óbvio que o fato de poder dormir junto toda noite tornaria o sexo muito mais acessível e constante?
Somos obrigados a concluir que a excessiva facilidade pode provocar a diminuição da freqüência. Sim, porque o fato de aquela mulher – ou aquele homem – estar lá todas as noites faz com que tenhamos menos pressa de usufruir dos prazeres derivados de sua presença. Se nos sentirmos um tanto cansados, ou se tivermos tomado um copo de cerveja a mais, já tenderemos a “deixar para amanhã”.
Muitos outros fatores interferem na intensidade do desejo sexual, governado por processos psíquicos complexos e não apenas por nossos instintos. No namoro, a vontade recíproca de impressionar e de seduzir pode se realizar com a intimidade sexual. O homem quer se mostrar extremamente viril e proporcionar sensações desconhecidas à namorada. A mulher quer ser sensual e despertar um desejo irresistível. Revelar-se competente e agradar é também o meio de dominar o amado e assegurar a preservação do elo.
O que acontece após o casamento? A preocupação de se exibir diminui, uma vez que o objetivo foi atingido – o matrimônio é, infelizmente, vivido como a meta final dos que namoram. O ingrediente da sexualidade, que estava acoplado a esse projeto, cai por terra. É bom percebermos que o sexo não é vivido como fonte de prazer. Trata-se muito mais de um instrumento que nos ajuda a conseguir algo que buscamos para a nossa satisfação. A situação tende a piorar depois que nasce uma criança, pois então se alcança outro objetivo, o da reprodução.
Os casais costumam gastar a maior parte do tempo com problemas; raramente se lembram de que o fato de estar casados não lhes proíbe momentos semelhantes aos que desfrutavam antes. Discutem questões referentes a outros membros da família e a dinheiro. Tudo, enfim, que afasta qualquer mortal dos temas eróticos. Eles quase nunca se propõem a sair a pé para dar um passeio de mãos dadas, tomar um sorvete, sentar num banco e trocar carícias ou palavras carinhosas. Ficam em casa, engordam, assistem a qualquer programa de televisão, brigam e depois, na cama, não podem deixar de se virar um para cada lado. É muito pouco erótico o clima cotidiano dos casais.
Essa noção do casamento como objetivo final dos que se amam é grave. Na verdade, ele deveria ser entendido apenas como uma das etapas da procura de um convívio rico e gratificante. Somos educados de uma forma tola. Fomos induzidos a pensar que isso aconteceria naturalmente apenas porque nos gostamos e nos casamos. Só aprendemos que não é assim depois de batermos com a cabeça na parede. Nunca é tarde, porém, para mudar. Existem casais que vivem em cotidiano e uma sexualidade ricos. Eles devem servir de exemplo e também de estímulo: se é bom e possível, devemos querer a mesma coisa para nós.
Flávio Gikovate
Ele quer transar, e você não.
Você quer transar e ele não está disposto no momento. Só que você começa a perceber que esse momento está se prolongando, e que vocês já estão há um bom tempo sem transar. O que será que pode estar acontecendo? Cansaço físico, estresse do dia-a-dia, tentativa de escapar do parceiro ou falta de desejo. Se começa por aí, uma busca de resposta, numa tentativa de entender o que está se passando com a vida sexual do casal.
Pode acontecer de o casal se ‘entender’ e acabar chegando a um acordo, e transam, mas se isso não ficar bem resolvido, e a transa ocorrer para a satisfação de apenas um dos parceiros, para aquele que está com o tesão, a flor da pele, por exemplo, o sexo não será de todo bom. Porque no sexo, e para um sexo, no mínimo bom, ambos envolvidos, precisam de uma certa dose de energia, vontade, libido, só assim o sexo será prazeroso para os dois, mesmo que seja num número de vezes razoável, para os dois, o mais importante de tudo, é a qualidade e não a quantidade.
A mulher de hoje sabe bem o que quer. Quer ser feliz, estar feliz e se sentir realizada, e não somente dar prazer, ela quer receber e com qualidade. Fala com mais clareza de seus anseios e a cada dia se descobre mais. É exigente, sendo capaz de dizer não, e mostrar o que realmente gosta na cama e fora dela.
Para o homem, também houve mudanças, pois teve que se habituar às novas atitudes das mulheres. Tentando entendê-las, porém, sente-se de certo modo acuado e ainda despreparado para esse novo relacionamento onde tanto quanto ele, ela também quer prazer e satisfação sexual.
A falta de desejo sexual é uma queixa bastante ouvida. Homens e mulheres sae sentem angustiados por sentirem a insatisfação dos parceiros, e aí entra o medo, e um grande receio em perdê-los, por não conseguirem fazê-los entender que a inapetência sexual, a que estão passando, nada tem a ver com o amor que os unem. Essa indiferença pelo sexo que acaba por provocar muitas crises nos relacionamentos tem mais haver com a vida atual e tudo que ela engloba, do que propriamente o relacionamento em si, mas esse sim, acaba abalado e por vezes sofre um final prematuro.
As queixas sobre esse assunto já foram bem mais específicas, ou seja: Os homens sofrendo com suas disfunções eréteis e o fantasma da impotência, e
as mulheres ocultando suas dificuldades em conseguir chegar ao orgasmo. Tudo isso acontecendo, sem diálogo e entendimento, e até mesmo sem a ajuda de profissionais qualificados, leva aos desencontros no sexo, e a um descompasso no desejo, do tipo, quando um está com vontade,o outro não quer, e vice-versa. E é muito difícil lidar com esse tipo de situação, porque entra em jogo toda a relação, os sentimentos, a perda que a relação sofre, a intimidade que vai ficando de lado.
as mulheres ocultando suas dificuldades em conseguir chegar ao orgasmo. Tudo isso acontecendo, sem diálogo e entendimento, e até mesmo sem a ajuda de profissionais qualificados, leva aos desencontros no sexo, e a um descompasso no desejo, do tipo, quando um está com vontade,o outro não quer, e vice-versa. E é muito difícil lidar com esse tipo de situação, porque entra em jogo toda a relação, os sentimentos, a perda que a relação sofre, a intimidade que vai ficando de lado.
Com as atitudes da mulher, em busca de novos anseios e descobertas, os homens tiveram que se preocupar mais com seu tempo entre a penetração e a ejaculação, pois para o homem, o tempo de sua parceira, não era fator tão importante na hora do sexo, pois sempre acharam que a mulher não se importava em chegar ao orgasmo. Um engano crucial por parte deles, que tiveram que descobrir, o ajuste de tempo para que o prazer sentido, agora seja o de ambos, e não apenas de mão única.
As questões, que podem estar afetando o desencontro sexual, num casal estável:
O estímulo
Às vezes, só o estímulo visual para o homem não é suficiente. É preciso mais do que o visual para se excitar. Que tal utilizar as suas mãos para fazer uma boa estimulação do pênis? E você pode fazer isso, caprichando nas preliminares.
A idade
O corpo muda, sofre algumas alterações com a idade, e a maneira de fazer sexo também. Quem não quer chegar aos quarenta anos e manter a mesma vitalidade de quando tinha seus vinte anos de idade na cama? A vitalidade pode não ser a mesma, mas não serve de regra, pois há homens, que chegam aos quarenta anos, com um ritimo diferente, mas não que se tornem apáticos ao sexo. Um homem maduro não consegue uma ereção do pênis igual à que tinha na juventude, a produção de sêmen é mais baixa, e a pressão de saída do sêmen também diminui, assim como a manutenção da ereção, que também pode ser de um tempo menor.
O estresse
A tarefa de conciliar trabalho, família, amigos, situação financeira, problemas de saúde com a vida sexual, é bem complicada. Todos esses fatores podem interferir no apetite sexual e são ingredientes fundamentais para inibir o desejo sexual. E as mulheres por serem mais suscetíveis aos estresses do dia-a dia ficam com uma baixa na libido. Qualquer pessoa pode ter estresse ou depressão, ficar desanimada, irritada, com alterações do sono, e do apetite sexual.
Essa fase requer paciência, carinho e cumplicidade, pois é preciso ter naturalidade para lidar com os altos e baixos que podem ocorrer na cama.
Jamais faça sexo automático, isso é prejudicial à saúde. Faça por prazer, por vontade.
Alterara a rotina, experimentar uma sessão de masturbação mútua. Praticar atividades físicas. O exercício libera no organismo substâncias químicas que aumentam o bem-estar, e diminuem o estresse, favorecendo a volta da libido.
Um momento difícil
Qualquer relacionamento pode ter seus momentos difíceis. Brigas, desentendimentos, tudo isso pode refletir na hora do sexo. Mas para isso, um bom e verdadeiro diálogo sempre ajuda, é preciso enxergar o que está acontecendo e tentar resolver. “Nada de ir empurrando os problemas, isso só tende a piorar a situação”. A vida “é feita de momentos, e eles costumam sempre passar”.
Saia da rotina busque o desejo e volte a ser feliz sexualmente, e pra começar, você pode fazer muitos mimos no seu parceiro, preparando um cardápio afrodisíaco, com algumas velas aromáticas acesas pela casa, um bom banho juntos, com direito a sais aromáticos e, quem sabe até mesmo um strip-tease caprichado antes de cair na água. Depois um jantar daqueles.
Quem não gosta de ser mimado, de ter a atenção e o carinho do parceiro. É sempre uma tentativa, voltar no tempo, como no início do namoro, o desejo reaparece, o tesão também, e quando você menos perceber, a vida sexual volta a ser ótima.
E, que tal uma noitada fora de casa, afinal de contas, o mesmo ambiente sempre, cansa os olhos, a mente, e porque não dizer, até mesmo, o corpo.
Fazer uma surpresa, reservando uma suíte num motel novo da cidade, ou mesmo num hotel de luxo, e passar uma noite por mês fora de casa. Se não houver dinheiro para esse tipo de extravagância, procurem um acampamento ou uma pousada romântica na serra. O importante é ficar longe do ambiente doméstico, nem que seja por algumas horas, sem nenhuma outra preocupação na cabeça a não ser fazer agrados um para com o outro. Assim, não há como cair na rotina. A criatividade deve estar presente em tudo na nossa vida.
Adriana Sommer da Costa
Sexóloga
Sexóloga
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